Chefe do tráfico usava empresa para gerenciar lavagem de dinheiro milionária em Blumenau

De acordo com o delegado Ronnie Esteves, os depósitos eram fracionados, totalmente incompatíveis com a renda declarada. “O tráfico não cessou. A atividade continuou e nós passamos a focar mais na questão financeira dos responsáveis pelo tráfico de drogas. Foi quando nós conseguimos informações de que o principal responsável ali pelo tráfico, que está preso desde 2017, continuava a movimentar e ter uma movimentação financeira muito alta. Só que a gerência do tráfico não continuava por ele. Por estar preso, ele passou a contar com a colaboração muito efetiva de sua esposa e do seu irmão, que também tiveram uma movimentação financeira incompatível com a renda declarada”.

Além disso, uma empresa de motos, que presta serviços de peças, revenda, oficina e acessórios em Blumenau, também passou a ser investigada por suspeita de lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Uma análise contábil verificou que, somente a empresa, movimentou mais de R$ 23 milhões. O representante da empresa, alvo de busca e apreensão, movimentou em sua conta de pessoa física mais de R$ 5 milhões.

No cumprimento das buscas nesta sexta-feira (16), as prisões preventivas foram cumpridas na casa da esposa do traficante. Ela tinha em sua residência três armas de fogo com registro vigente, além de um fuzil, as quais foram recolhidas. Já na residência e na loja do empresário, um verdadeiro arsenal foi localizado. A posse de armas de fogo em nome de terceiros, bem como a manutenção de uma máquina de recarga de munição sem autorização legal, resultou na sua prisão em flagrante.

A Polícia Federal e o Exército Brasileiro serão comunicados para adoção de medidas administrativas cabíveis sobre a cassação do Certificado de Registro de Arma de Fogo, informou a Polícia Civil. O Poder Judiciário, a pedido da Polícia Civil, ainda decretou o bloqueio de contas bancárias, sequestro e indisponibilidade de dois veículos e de dois imóveis. Na delegacia de polícia, os presos ficaram em silêncio e foram encaminhados ao Presídio Regional de Blumenau, onde permanecem à disposição do Poder Judiciário.

Fonte: ND+ / Foto: Polícia Civil/Reprodução/ND

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