A DETERIORAÇÃO POLÍTICA.

Política poderia ser: “O ajeitamento dos interesses divergentes, amenizando as tenções sociais”.

 

Ainda não desapareceu por completo os antigos vestígios da política, como saudáveis e saudosas agremiações, beirando o fanatismo, mas que na essência cultuavam um sentimento “honesto” e autêntico de convicções pessoais, mesmo que na maioria das vezes, o próprio político não soubesse entender ou explicar as razões de suas convicções. (Muito diferente das atuais “idiotologias” partidárias).

Creio que a deterioração se iniciou com o início das remunerações com o dinheiro da sociedade a políticos que eram antes de tudo, cargos de honra com pouca ou nenhuma remuneração, como eram os cargos de vereadores. A remuneração em si não tem nada de errado, mas muito diferente e distante das remunerações privadas, onde existe um patrão que admite, demite, incentiva, treina, motiva, tem metas para cumprir…. a área pública política, além da garantia do cargo, inexiste o cumprimento de tarefas. Fazer muito ou não fazer nada, dá no mesmo.

A fatalidade do meio termo se completa quando se percebe que a remuneração paga para um incompetente, despreparado e que não faz nada, é muito alta, e para um competente, altamente capaz de fazer muito pela sociedade, é muito baixa. Nesta situação, o competente é admitido na atividade privada, e a área pública resta preenchida de pessoas que ganham pouco, mas muito acima da sua produção.

 

Não se trata aqui de uma defesa de que alguém deva ocupar seu tempo sem a devida remuneração, mas sim, que um cargo que deve afetar a vida de uma sociedade, a responsabilidade é muito mais alta do que o salário de um vereador por exemplo. Tem joias raras sim, mas a grande maioria, para não ser criticada em receber para não fazer nada, inventam projetos bizarros ocupando nobres espaços para debates mais úteis.

– Vamos ler os pensamentos visíveis pela nossa noção lógica e saberemos quais os motivos que levam essa multidão de gente a ingressar em uma “empresa partido político sociedade anônima com fins lucrativos” para eles. Nela não há necessidade de procurar clientes, comprar matéria-prima, vender melhor, deixar para o governo mais de 1/3 em impostos, sustentar empregos e no fim, ver se não teve um maluco político que mudou todas as regras, e dependendo do mercado, sobrou ou não, algum troco para o dono do negócio. Nessa empresa PPSA (partido político S/A), o dinheiro vem limpo. Isenta de impostos e sem custos. Só lucro líquido. É como se todo faturamento de uma empresa privada fosse lucro limpo.

No concurso público, o candidato é questionado sobre o conhecimento acadêmico e tem estabilidade; – Num concurso privado, o candidato é questionado sobre o conhecimento do ramo em que a empresa atua e sua garantia de emprego é a busca de resultados.

 

FONTE : Wilmar Wurmath 

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