Presidente da Fecomércio, Hélio Dagnoni, participa em Brasília de debate sobre a taxa de juros e o impacto da inflação nos pequenos negócios

Em constante trabalho para orientar, defender e representar o empresariado, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio – SC), esteve em Brasília, nesta terça-feira, 15, para participar de importante audiência pública, na Câmara dos Deputados, que debateu o tema: “Taxa de juros e impacto da inflação para as micro e pequenas empresas”. Na oportunidade, o presidente Hélio Dagnoni, representou o presidente da Confederação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Tadros.

A participação na Audiência se fez a partir da solicitação do deputado federal catarinense, Jorge Goetten (PL), membro da comissão de Comissão e Indústria, Comércio e Serviços e propositor do requerimento para a audiência pública. “As taxas de juros em patamares tão elevados no Brasil são motivo de grande preocupação, uma vez que não incentivam os investimentos, encarecem o crédito para empresas e famílias e aumentam o custo de rolagem da dívida pública, agravando ainda mais o quadro fiscal. Por esta razão, vêm surgindo diversos questionamentos sobre a necessidade e a propriedade de se manter as taxas de juros neste nível. No que toca às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, esta questão é ainda mais relevante e urgente”, alertou.

Fecomércio

Durante sua fala, Dagnoni fez um resgate histórico do quão complicada era a vida do brasileiro naquele período de pressões inflacionárias das décadas de 80 e 90. “Convivíamos com inflação altíssima, taxas de juros exorbitantes e crédito caro, cenário este que jogava os brasileiros muitas vezes a própria sorte no mercado ilegal de crédito. As nossas decisões econômicas num cenário como este eram tomadas ao sabor da imprevisibilidade”, lembrou.

No requerimento, Goetten aponta que o Brasil vem passando por um ciclo de elevação das taxas de juros desde meados de 2022, quando a Taxa SELIC passou de 2% ao ano para o patamar atual de 13,75% ao ano, valor que vem sendo mantido nas últimas sete reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central. Participaram da audiência, entidades importantes como o BACEN, BNDES, e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

 

Sistema Comércio e as dificuldades do setor

O Sistema Comércio é formado por 34 federações patronais, sendo 27 estaduais, sete nacionais e mais de mil sindicatos empresariais, e segundo dados mais recentes da Receita Federal do Brasil, 80% das empresas estão neste setor (cerca de 19,3 milhões de firmas). Em Santa Catarina também é predominante, em todo no 77,3%. Dentre as 23,8 milhões de empresas ativas no País, mais de 20,3 milhões são enquadradas como micro ou pequena empresa.

Em pesquisa realizada pela Fecomércio – SC no ano passado, o índice de dificuldades empresariais em Santa Catarina alcançou um patamar considerado de alta dificuldade no setor. Dentre os macrotemas investigados, em piores condições de favorecer o crescimento empresarial foram considerados, justamente, o ambiente econômico e a captação de recursos como: inflação; a perda de poder de compra dos consumidores; a ausência de reformas estruturantes no sistema tributário e na administração pública; a taxa de câmbio; o mercado informal; o custo de crédito; os procedimentos para captação de crédito; as linhas de crédito disponíveis.

“Todos os pontos já apontados pelos empresários em nossa pesquisa, vêm ao encontro do que estamos tratando aqui nesta tarde, e felicito a Câmara dos Deputados por essa abertura. Neste sentido, em nome da Fecomércio de SC e também da nossa Confederação Nacional do Comércio, defendemos condições macroeconômicas mais favoráveis à realizações dos negócios, sendo que a inflação controlada não apenas possibilita como impõe a queda da taxa de juros, permitindo que o crédito cumpra seu papel fundamental numa economia capitalista como a nossa”, pontuou Dagnoni.

Estatísticas que alertam a economia

Outra estatística incômoda diz respeito ao endividamento e a inadimplência (PEIC). De acordo com pesquisas da CNC, no mês de julho, cerca de 78,1% das famílias brasileiras estão endividadas e 29,6% encontram-se em situação de inadimplência. Enquanto, 12,2% relataram que não teriam condições de honrar os seus compromissos.

A CNC também mede o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC). Após um pico de confiança em novembro de 2022, o indicador vem caindo mês a mês e alcançou os 107,5 pontos em julho, resultado considerado de baixo otimismo e bastante próximo do ponto de corte, que é de 100 pontos.

 

“O drama das famílias muito endividadas e inadimplentes é, no contexto atual, algo que inibe não apenas o consumo espontâneo das pessoas, mas também as atividades produtivas das mais diferentes empresas. Em especial, daquelas que ofertam bens e serviços diretamente ao consumidor final e que muitas vezes são enquadradas como micro/pequena empresa”, finalizou o presidente.

 

FONTE : REDE CATARINENSE DE NOTÍCIAS

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