Decepção não mata, mas fortalece

Alguém já ouviu essa frase?  Decepção não mata, mas fortalece. Eu ouvi muitas vezes e não entendia muito bem seu significado. Até ter a primeira decepção amorosa e achar que ia morrer. Não morri, e ali eu aprendi que a frase é verdadeira.  E hoje, um pouco decepcionada com alguns acontecimentos, sentei para escrever, acompanhada de uma taça de vinho branco, e o tema veio como inspiração.

Temos que falar também sobre nossas sombras e fragilidades. E se isso servir para contribuir com uma pessoa que seja; já valeu a pena investir cerca de duas horas para escrever esse humilde texto.

Decepção: um sentimento que ninguém gosta de sentir, mas não conheço um ser humano que, em algum momento da sua vida, não tenha sofrido essa dor.  E ela pode vir de diversas formas e por inúmeros motivos.  E a verdade nua e crua é que a decepção dói mais quando é fruto das expectativas que depositamos em cima de terceiros, pessoas que amamos, nos importamos e confiávamos. Pessoas que, na maioria das vezes, não sabem o que é responsabilidade afetiva, não sabem praticar a empatia e se colocar no lugar do outro.

De acordo com o dicionário Oxford Languages da Língua Portuguesa, decepção é “sentimento de tristeza, descontentamento ou a frustração de um determinado fato inesperado, que representa um mal: desilusão ou desapontamento.” Considero decepção quando obtemos um resultado diferente do que esperávamos de alguém ou de nós mesmos.

Como evitá-la?

Enquanto formos seres humanos e carregarmos um coração batendo no peito, não há como evitá-la. Mas, há como minimizar seu impacto e, em alguns casos, a solução é se afastar da situação, sem sofrimento. Essa opção é a mais difícil, as emoções têm que estar domesticadas para praticar o desapego, mas é possível.

Porém, infelizmente, a maioria das pessoas, e eu me incluo nessa massa, busca entender o que aconteceu, o porquê que o outro fez aquilo que nos decepcionou, que nos fez sofrer, o porquê de ter alimentado nossas expectativas. Buscamos respostas. Quando na verdade, tem gente ruim mesmo, simples assim, e que se alimenta da dor do outro e isso serve para se autoafirmar, mostrar um poder patético. Porém, na grande maioria das vezes, as pessoas realmente não percebem que estão nos magoando. E aqui entram duas lições preciosas que aprendi: não criar expectativas, nem sempre consigo, sobre aquilo que não posso controlar, e, se a pessoa em questão valer a pena, apesar da dor que me causou, tentar o diálogo franco e honesto.

Mas entendam, mesmo com tudo isso, a dor é real, a decepção existiu. Só temos é que ressignificar o que vamos fazer com essa dor. Vamos ficar digerindo e nos envenenando com a tristeza? Ou vamos seguir em frente, acreditando que novas pessoas, com energia compatível com a nossa, vão surgir em nossos caminhos?

Aposto sempre na segunda opção. Eu tenho um mantra pessoal: não vim ao mundo para ficar sofrendo, vim para ser feliz, apesar das adversidades e do que me aconteça. A vida não é estática. Quando a decepção bater forte, chore tudo que tiver que chorar, tome as decisões que tenha que tomar para ter paz no seu coração, e siga em frente.

Isso não é frieza, é autopreservação. Muito pelo contrário, sou muito intensa. Sou a única responsável pelo que me acontece. Se me decepcionei é porque abri espaço para isso. E assim como contribui para alguém me decepcionar, então que eu mesma tenho que resolver isso comigo. O que é do outro, que fique com ele. Nem sempre é possível agirmos assim, mas é a minha busca constante. E espero, caro leitor, que também faça sentido para você!!

 

FONTE : LILIANI BENTO 

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