As desnecessárias polêmicas sobre vacinas

Legenda da foto: A doença da vaca louca provoca visão turva e tremores.

No momento em que atingimos a marca de 71% da população brasileira totalmente vacinada contra a Covid-19 e 25% já imunizadas com a dose de reforço, ainda causa espanto a alguns o aumento do número de casos da doença.

Alguns poucos grupos, por ignorância ou por razões que a razão desconhece, negam a eficácia da vacina e, com argumentos pífios e rasos, criam polêmicas com base em números que não conseguem interpretar ou influenciados por criminosas mentiras, irresponsavelmente lançadas nas redes sociais. A última delas relaciona-se com a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade.

Embora estes negacionistas afirmem que as crianças não sejam afetadas pela doença, do início da pandemia até o início de dezembro passado, 301 pessoas nesta faixa etária perderam a vida em decorrência da doença, dentre mais de 6 mil casos detectados em todo o país. São eles, também que exageram na divulgação de contraindicações à vacina baseados em comorbidades que não aparecem nas listas elaboradas pelo Ministério da Saúde e pela Pfizer, Astra-Zêneca ou Butantan.

Ninguém verá agentes de saúde de estados e municípios invadirem os lares a fim de vacinarem as crianças. Porém, o Estatuto da Criança e do Adolescente afirma que “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias” e, assim, deixar de vacinar o filho representa uma afronta à Constituição, que trata como “dever do Estado manter a criança a salvo de qualquer forma de negligência”.

Questionar o número de mortes que ainda ocorrem por causa da Covid é ignorar dois aspectos importantes: 1) sem a vacina este número seria geometricamente maior; duas, três, quatro ou dez vezes maior, talvez. 2) o vírus é mutante, mas as variantes que surgiram após o início da pandemia estão sendo devidamente estudadas e monitoras. A última delas, inclusive, apesar da alta transmissibilidade, é menos agressiva que as anteriores, principalmente a quem já recebeu a vacina.

Médicos e pesquisadores que compartilham seus estudos e descobertas através de publicações reconhecidas pela comunidade científica internacional, afirmam que as vacinas contra o coronavírus são eficazes e seguras, reduzindo as possibilidades de mortes e casos graves da doença.

Atenção: publicações reconhecidas pela comunidade científica não são sinônimo de publicações reconhecidas por centenas de likes no facebook ou telegram

Os mesmos cientistas, biólogos, médicos e infectologistas que têm se debruçado sobre o problema garantem que a imunidade oferecida pela vacina é mais segura que aquela decorrente de infecções naturais, o que derruba a tese negacionista de “imunização do rebanho”.

A estes, que ainda se pautam pela cartilha do falecido e autodenominado filósofo Olavo de Carvalho, sugere-se que, não acreditando na vacina anti-Covid, tentem ao menos se proteger contra a febre aftosa ou a doença da vaca louca, também conhecida como encefalopatia espongiforme bovina.

A propósito, esta doença é transmitida pela ingestão de carne contaminada, e entre seus sintomas, estão a visão turva e tremores, que podem provocar muita sujeira se houver a tentativa de se alimentar com farofa enquanto durar a doença.

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